Classe política e crise da democracia na crítica de Antonio Gramsci

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A revista Tempo Social publica artigo de Alvaro Bianchi, coordenador do PEPOL.

BIANCHI, A. Classe política e crise da democracia na crítica de Antonio Gramsci. Tempo Social, v. 31, n. 2, p. 7-29, 7 ago. 2019.

Resumo: No início dos anos 1880 um novo gênero de literatura política começou a ganhar vigor e a expandir-se, a análise crítica das democracias parlamentares existentes. Na Itália, esse gênero teve uma importante expressão na obra de Gaetano Mosca. Antonio Gramsci confrontará essa literatura, preocupado com sua reapropriação e revalorização no debate político a partir do imediato pré-guerra, quando a crise da democracia liberal assumiu contornos mais fortes. O artigo mostra como Gramsci traduz o conceito mosquiano de classe política como “a categoria intelectual do grupo social dominante” e integra-o à sua reflexão sobre os partidos políticos. Desse modo pode interpretar a crise do regime parlamentar como uma crise marcada pela decomposição dessa “categoria intelectual” e pela perda de sua capacidade dirigente. Aquilo que na teoria elitista aparecia como decomposição do princípio de autoridade era interpretada como uma crise de hegemonia, crise do Estado em seu conjunto, da qual o afastamento entre governantes e governados seria a manifestação mais evidente. Na seção conclusiva, apresenta-se a hipótese aventada nos Quaderni del carcere de um regime representativo não parlamentar.

Disponível em <http://www.revistas.usp.br/ts/article/view/157651>