A filologia vivente de A. Gramsci

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A revista Mediações publica, em seu v. 24, n. 1, artigo de Sabrina Areco, pesquisadora do PEPOL:

ARECO, S. A filologia vivente de A. Gramsci. Londrina, Mediações, v. 24, n. 1, jan-abr 2019, p. 209-227.

Resumo: Embora não fosse um metodólogo stricto sensu, tendo mesmo criticado a formulação de um método padrão, Antonio Gramsci propôs questões relevantes para o estudo da teoria política. É possível traçar paralelos entre suas formulações e o debate do contextualismo linguístico dos anos 1960 animado pelas contribuições de Q. Skinner. Estou me referindo à abordagem das relações entre texto e contexto, desenvolvida por contextualistas em oposição à escola textualista de análise. Neste artigo pretendo argumentar que Gramsci pode ser aproximado desta tendência no que diz respeito à abordagem histórica dos textos políticos e na atenção ao estudo filológico. No entanto, foi com a formulação da relação entre história e política que procurou superar a perspectiva abstrata e puramente hermenêutica do estudo dos textos, considerando que toda obra do pensamento político é política e, nesta chave, também deve ser entendida a recepção e uso de textos nos diferentes contextos em que são lidos e interpretados. Isso o conduz a explorar o texto considerando as disputas e conflitos políticos nos quais ele é mobilizado, assim como permitiu-lhe tratar das obras de criação individual e dos intelectuais como parte do aparato de hegemonia, capazes de delinear ou conformar contextos linguísticos determinados e segundo uma “direção” preestabelecida.

Disponível em <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/32810?fbclid=IwAR1GFgqlYu_D4B8wxTMMLv8TNjQn9XmuHf6OmsxrqPczPztfkICH0k3BC98>